
Cantinho do António
Este "cantinho" é sobre o nosso filho António. O nosso menino é uma criança normal, que, como todas as outras crianças tem as sua rotinas normais, as suas brincadeiras normais, tudo normal, só que, com uma diferença..sofre de APLV (alergia à proteína do leite de vaca). Como todos sabemos uma alergia é uma alergia e requer sempre atenção. De seguida explicamos o que é a APLV, que cuidados a ter, como evitar, deixamos também algumas receitas que vamos adicionando. Esperamos que gostem.
O que é APLV?
A alergia à proteína do leite de vaca (mais conhecida como APLV) é uma reação alérgica às proteínas presentes no leite de vaca ou em seus derivados.
A alergia à proteína do leite de vaca (mais conhecida como APLV) é uma reação
alérgica às proteínas presentes no leite de vaca ou em seus derivados (queijo,
iogurte ou outros alimentos que contêm leite). Esta é a mais frequente das
alergias alimentares: estima-se que ocorra em 2,2% das crianças nos primeiros
anos de vida.
A causa da APLV não é totalmente definida, uma vez que diversos fatores podem contribuir para o seu surgimento, tais como:
- Contato com o alérgeno alimentar (o intestino das crianças é imaturo e a
ingestão das proteínas do leite pode iniciar um processo de inflamação);
- Predisposição genética (cerca de dois terços das crianças com APLV têm casos
de alergia em familiares do primeiro grau);
- Crianças que passam por excessivos cuidados em relação à higiene tem pouco
contato com agentes infecciosos, o que altera o desenvolvimento do sistema
imunológico e pode aumentar a susceptibilidade a doenças alérgicas;
- Etnia e mudanças na dieta são outras causas que também podem se associar ao
desenvolvimento desta alergia.
Entenda as manifestações e como diagnosticar:
As manifestações clínicas da APLV dependem do tipo de resposta do sistema imune
à presença do alérgeno: IgE mediada, não IgE mediada ou mista. No primeiro
caso, a reação ocorre geralmente em até duas horas após o contato com o
alérgeno e é caracterizada por alterações na pele (urticária e inchaço na
superfície da pele) e na mucosa da boca, que podem ser acompanhadas de
manifestações respiratórias (rinite, asma) e gastrointestinais (vômitos e dores
abdominais). Já as reações não mediadas por IgE demoram mais a aparecer e
normalmente são relacionadas a sintomas gastrointestinais como diarreia,
vômitos e possível perda de peso; podendo também ocorrer dermatite. Nas
manifestações mistas dermatite e esofagite representam os principais sintomas,
mas a asma pode ser detectada como uma das reações.
Apenas com um diagnóstico preciso é possível determinar o melhor tratamento
para esta alergia. Há muitos relatos de sintomas e reações adversas
relacionadas ao leite de vaca em que, após uma investigação detalhada,
conclui-se não serem alergias de fato. Desta forma, para evitar equívocos, o
diagnóstico deve ser baseado em:
- investigação clínica detalhada com os dados da criança, sintomas, quantidade
de leite necessária para desencadear a reação, etc.;
- exame físico para a busca de sinais na pele, estado nutricional ou outras
reações;
- dieta de restrição, na qual se deve eliminar completamente e a ingestão da
proteína do leite de vaca;
- teste de provocação oral (TPO) que é o método mais confiável para estabelecer
ou excluir o diagnóstico;
- exame de sangue para a identificação de IgE específica e teste cutâneo de
hipersensibilidade imediata, quando houver suspeita de alergia mediada por IgE.
A falta de um diagnóstico preciso pode aumentar os riscos e até levar a criança
à morte por anafilaxia e asfixia, uma das reações mais graves causadas pela
APLV.
Como tratar APLV?
O tratamento indicado para os casos de APLV é a dieta de exclusão do leite de
vaca e de seus derivados, na qual o objetivo é evitar o aparecimento dos
sintomas proporcionando mais qualidade de vida e desenvolvimento adequado à
criança. Alguns alimentos são indicados para a substituição ao leite de vaca
para garantir que a criança consuma os nutrientes presentes nesse alimento.
Quando houver necessidade de utilizar Fórmulas Infantis (FI), as indicadas são:
Fórmulas de Aminoácidos, Fórmulas com proteínas extensamente hidrolisadas e
fórmulas à base de soja. As fórmulas infantis à base de soja não são as mais recomendadas,
uma vez que é comum que crianças com APLV também apresentem reação à soja. As
FI à base de proteínas extensamente hidrolisadas são recomendadas para a
maioria dos casos de APLV por serem bem toleradas por 90% das crianças, apesar
dessas proteínas serem provenientes do leite de vaca. As FI à base de
aminoácidos não possuem restrições e podem ser utilizadas em todos os casos de
APLV, como lactentes com alto risco de anafilaxia e nos casos em que o uso da
FI extensamente hidrolisada não resolveu os sintomas.
Receitas
